segunda-feira, 18 de outubro de 2010

salve malungo..

louvado seja nosso senhor Jesus Cristo.

Malungo teu post me deixou com uma vergonha deliciosa de se sentir...

hj a vida me da a graça de ser teu amigo...

salve salve..



Malungo Mario

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O candeeiro ainda está aceso

O clarão sagrado ainda arde!
Bernard-Henry Lévy dizia: "Sou judeu por parte da minha mãe e do meu pai. Sou judeu por parte de Lévinas, Buber, Rosenzweig. Sou judeu porque ser judeu significa amar mais a lei do que a terra e a letra tanto quanto o espírito." Mas não sei se é por isso. Sei que tu tens esse sangue, Malungo, tens esse testemunho, essa certeza da dureza da vida, da estrada sangrenta onde jogaram os hebreus.
E sabes, assim, Malungo Mário, a duvidar das coisas. A sabê-las por outro conteúdo, a desconhecê-las, conhecendo-as.
Tu, Malungo Mário, cujo poder mental é à guisa da cabra inquieta, fustigante, forte... Não para! Ele, minha gente, deve está, catingueiro de espírito que é, vagando nos campos brancos das caatingas cósmicas, pensando o que seria se fosse ele um raio de luz. Tens o poder, ó Malungo, de ser grande e tu sabe dessa peste, tu é consciente disso... Sabido que só ele!
Tô falando isso por conta do penúltimo post. Falou tudo, Malungo!
Aqui me aquieto, bebo dessa água salobra de Poço do Boi. Fico remoendo como a vaca Milongueta de Ludugero.Nosso texto é o espargir de emoções violentas que surgem, amiúde, dentro de nós mesmos, pois anseiamos nesta linguagem muito nossa, muito exígua, a consciência universal de irmandade, de homens e mulheres reunidos tão somente debaixo ou ao redor do sétimo candeeiro.
Vou até rasgar uma nesga desse seu penúltimo post. Foi perfeito demais! Perfeito demais Malungo: "posso contar-lhes que não podemos sentir a dor de ser o que somos e o modo como encaramos as coisas faz a diferença.. Ja vi pessoas felizes que sofriam por ser o que eram, mas se viam ainda mais lúcidos e assim encontraram a felicidade..."
O clarão sagrado ainda arde!
Claro como as noites do sertão. Estou ouvindo, Malungo, nesse momento Capelinha do Chico Mineiro, quem canta é Zico e Zeca e me dá aquela saudade. De Salinas, do queijo bom, da cachaça amarelinha escorrendo copo abaixo. Quando falávamos, sem pretender, desdes mundos ignotos, desses espaços infinitos das idéias, das nossas inquietações profundas deste fenômeno de vida. "O modo como encaramos as coisas faz a diferença.." - Você sintetiza! Quando o próprio Lévy afundava os grandes do século XIX, numa crítica dura em seu La Barbarie à visage humain um deles, Nietzsche, não estava de todo errado em um aspecto... Eu também sou de direita, mas oxalá! Todos soubessem do que Nietzsche dizia daquela "transvalorização de todos os valores" - É a verdade Malungo! A parte mais poderosa do discurso do homem de Röcken.
Uns procuravam e ainda procuram, Malungo, em vão, nas igrejas,sua consciência. Tu já sabia. Contava pra Tides, pra mim, pra todos e nós nem thum... Vou permanecer aqui. Pelejando, pelejando! Posto alguma coisa outro dia, por que tem que ser assim, Malungo, saído da alma, dessa coisa informe e amorfa que preenche o vasto espaço negro, frio e sem vida do mundo.
O sol fustiga também. Vou descer os Pombos, vou parar na Lapa. De lá, cantarei sobre o seu Morro e falarei de tua Dulcinéia, aquela que disse ser a mais bela das donzelas. Falarei dela às águas do São Francisco e elas espelharão o seu rosto, tremido pela correnteza, opaco pela lama. O São Francisco é alguma coisa parecida com eles... "O modo como encaramos as coisas faz a diferença.."
Discutir com eles é perder tempo. São religiosos. Tapados. Idiotas. O melhor que se faz é prendê-los no seu próprio orgulho, fazendo-os crer que sabem e depois se desgraçam quando descobrem seu ledo engano. Desconhecem o lado oculto da vida, esta parte mais seca, mais pedregosa, de água mais salobra... Assim como sabem pouco, muito pouco do sertão de nossa terra, da caatinga, Malungo!
Fiz alguns acertos. Retirei alguns espinhos, debastei algum mato, arranquei urtiga, ajeitei a cerca, caiei a casa, limpei o feijão-de-corda do seu último post, ainda tenho aquela desgraça de Transtorno Obssessivo Compulsivo.
O clarão sagrado ainda arde! E não neguei Cristo três vezes...

Malungo André

domingo, 8 de agosto de 2010

Do fim ao começo

Pelos meios, neles, a dor de desejar...
Em nós o fogo da emoção de ser humanos!
Entre eles e nós: uma esperança!

Malungo Mário

sábado, 7 de agosto de 2010

Sobre o sentido da vida...

Salve! Salve! Malungada...
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Calma meu povo, num é nenhum grito de conversão mas só um comentário aos ares.. Já se vai quase um ano sem nenhum post aí a consciência doeu..
Malungo André estava meio afastado pois finalizava seu livro que em breve estará nas livrarias... Eu como mero dependente, parasita, nada faço sem seu estímulo..
Vira e mexe me inquietam com esse fervo, bagunça, que é o sentido da vida.. E eu lá sou homem de tirar conclusões? Sei de fato que pra aprender a escrever só escrevendo, caminhar caminhando e por aí vai...
Viver... Vivendo...
Posso contar-lhes que não podemos sentir a dor de ser o que somos e o modo como encaramos as coisas faz a diferença.. Já vi pessoas felizes que sofriam por ser o que eram, mas se viam ainda mais lúcidos e assim encontraram a felicidade...
Muitas vezes defendi que a felicidade esta num copo de café... Ou no beijo de minha Dulcinéia (Joany Cristina, a mais bela das donzelas)... No sol da tarde... Ou numa sombra quando não se arde sob o sol..
A felicidade é isso.. É a vida...

Malungo Mario

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Pelo meu canto

Não necessito mais nada nessa minha condição falível, talvez um pouco de comida,
ou um pouco d´agua;

Tenho o café por um mimo, mas se faltares, não farei aversão ou criarei rechaços, um pouco d'água já esta de bom tamanho;

Busco ordinariamente o conhecimento, mas nem faço tanta questão, embora tenha a loucura como escândalo... Até a temo.

Quero só ficar no meu canto, igual a um cachorro, que faz festa quando chega alguém e rosna quando se aproximam de sua comida...

Quando um cheiro o exita e quando um carinho o faz ainda mais manhoso, quando a própria morte, estonteante se aproxima e ele cai no vazio de uma aguda tristeza e se isola.

Morre...

Malungo Mário

sábado, 21 de março de 2009

Estimado Sétimo Candeeiro

"O berço da sepultura não difere, em nenhuma hipótese, de caminhar em um jardim de rosas;"

Retomemos então nosso estimado sétimo candeeiro... Malungo André tem insistido em que eu seja menos relapso, confesso que minha afastadez é fruto de uma sede por poder, trabalho me tomando o tempo, que nem sabemos se existe, logo, outro trabalho criado, da raiz da terra de Salinas, onde a vida brota das belezas do cotidiano, da mulher que acorda as três da manhã e cria os filhos do suor do rosto, acaba ficando meio deixado de lado.
Escutando Vital Farias resolvi tomar modos e continuar o Sétimo Candeeiro, como Malungo ja sabe dos desejos de retornar a minha terra creio que só no berço de minha querência conseguiremos terminar nossa tarefa. mas confesso... Comprarei um violão novo (o meu anda meio acabadinho) e deitado sobre o colo deste instrumento babilônico arrumarei inspiração, pra, quem sabe tentar desfeixar esse negócio.
Agora ja sem saco pra continuar este post e com uma gripe que me arrefece os gostos vou me já(risos)...
Salve! Salve!

Malungo Mario


quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Ranca tôco na ribada

A vasta diversidade que forma o mosaíco cultural do Brasil é mesmo impressionante. De norte a sul, de leste a oeste, este país escancara ao mundo sua profunda capacidade cultural, cravada nos modos e jeitos de seu povo. E mesmo com toda a capacidade artística, em toda a sua dimensão, nada há que mais carcterize um povo do que seu aspecto linguístico. Tão dinâmico e necessário é esta porção da cultura para a racionalização de um lugar que não admiramos quando Pessoa já discurssava "Minha pátria é minha língua".
E se toda a opulência artística de um povo se concretiza e se traduz, em última análise, pela presença marcante de sua língua é fundamental que esta porção seja levada com mais cuidado pelos nossos entendidos. Não que eu desvalorize, de forma alguma as outras formas de artes, sei que aquelas também expressam muito bem nossa alma miscigenada e nossas raízes mais amargas. Assim, não quero que elas sejam esquecidas, apenas que a língua sobressaia, sim, altaneira e saliente sobre as demais, por ser, em justa causa, uma espécie de mãe de todas as demais.
E mesmo quando louvamos o último traço do pintor sobre a tela, assim o fazemos pela fala: Que incrível! E veja que vai daí uma grande realidade, pois que, ainda os mudos que nada falam expressam mesmo com grunhidos e sons estridentes, no "gutural do som" como quer o Casasanta, mas que há uma comunicação, um dialeto qualquer que diz de seu louvor, de seu agrado ou desagrado.
E como é grande o valor dialetal. Uma amiga gaúcha que tenho costumava sempre me escrever e fazia questão de inicar ali e acolá o seu parágrafo com o tradicional "Bah! Tchê!". Mário, aquele mesmo, malungo Mário que divide comigo essa missão ora penosa, ora divina, ora infernal, me escrevia falando de Nietzsche e expressava, naturalmente "Sô!", "Uai!", "Trem bão!", mineiro que é que jamais deixa de ser, por isso tão grande alma, tão original. Um outro amigo, paraibano que estimo como um irmão, Salustiano, diz palavras tão próximas de sua terra que mais pareço estar na Paraíba de Patos ou Cajazeiras do que no agreste baiano. "Tu vai butar os causos do homem", "Esse bicho é um cabra sem vergonha!" e quando conta um causo aqui e outro acolá fala do "corta-jaca", "das presepadas", do xerém...
Não, amigos leitores meus, não estranhe esta mistura alucinante. Está no Brasil de minha terra natal, o mesmo Brasil de Dumont e Cascudo, de Gonzaga e Elomar, de Castro Alves e Machado de Assis. Está no Brasil das hospitalidades marcantes, no Brasil da Semana de Arte Moderna, no País do Carnaval, de Garrincha, Pelé e Oswaldo de Andrade, tão misturados quanto o poema dele da chegada dos portugueses, por que de fato, aqui, misteriosamente, tudo vira carnaval, tudo vira outra coisa, qualquer que seja ela, porém sei que é qualquer coisa de melhor por que é muito nosso, brasileiríssimo, inovar e inovar muito e inovar sempre.
E lá na caatinga de minha terra, há também uma outra língua, uma outra forma, uma outra posição de falar. Não que falemos errado, não que falemos certo, falemos à catingueira e quem não gostar, o que podemos fazer? Estudamos, aprendemos um pouco daquilo convencionalmente correto e deveríamos seguir assim... Mas eu não sei direito, não entendo se foi a fruta de palma ou o doce áspero da fruta de juá; Não sei se foi o amisco que o bode tem e o carneiro não, seja lá o que for que excita as minha papilas gustativas, minha língua coça e tenho que falar assim, por que afinal sou, necessariamente um homem sertanejo.
Eu sou o boi arribado e não houve, até hoje vaqueiro bom, de gravata ou não, de guatambu ou não, que houvesse corajosamente de embremhar-se na caatinga e me tirado daqui. Não faltara a alguns a tentativa efêmera, mas é que o cheiro forte do alecrim cheiroso embalsamando os ares com o seu perfume suave o convencera dessa mesma verdade e quantos já não viraram catingueiros!

Malungo André