Fiquei pois matutando com essa bendita frase na cabeça, como não diferenciar?
Para os índios cada coisa tinha seu espírito, por exemplo, espírito da floresta, da planta, do macaco, da colheita, da feitura das coisas, etc. A visão holística, fazia com que a própria vida fosse, para eles uma obra de arte tão perfeita que praticamente não necessitasse de arte. As coisas simples do cotidiano são uma obra de arte.
Recorri portanto ao Sétimo Candeeiro onde também isso. ressaltamos o sentido do coeso, consensual, ordinário; e assim, no sim no não, descobrimos, longe daquela malandragem de Zé Carioca, o perfeito sentido do cada instante o último.
O nordestino, eu penso, segue este caminho, existe a arte como transmição do belo; ele se alegra com ela mas, o labutar cotidiano chama, obrigatoriamente a maturidade; chama a descobrir o belo no simples...
penso que este seja o objetivo deste livro!!!
Malungo Mario
Um comentário:
Prezado Mario,
Afirmar que para os índios não existe cisão entre o trabalho e a arte (ou pelo menos em muitos de seus aspectos) é por demasiado impróprio. A meu ver, trata-se mais de uma questão cultural e/ou de trabalho mesmo. O que você fez foi juntar a arte com o sagrado. Mas para muitos índios, o sagrado não constitui de forma alguma a arte. Ao menos podem mostrar seus lugares santos aos ditos "civilizados". Se por um acaso chamamos seus instrumentos de trabalho e seus meios de produzir e trabalhar de arte, é porque estamos aplicando conceitos externos a outra manifestação cultural. Cabe mais, no caso dos índios de quaisquer continente, um estudo etnológico ou antropológico. O que é arte para nós pode não ser arte para eles. A História de diversos povos nos mostra isso.
Parabéns pelo bolg aos dois. Espero obter resposta sobre minhas argumentações e que sirvam para levantar mais discussões.
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